Lagoa da Pampulha

Alguns problemas na orla da lagoa da Pampulha ainda persistem

Alguns problemas na orla da lagoa da Pampulha ainda persistem

Lixo espalhado pela orla da lagoa da Pampulha e também no espelho d’água, presença de capivaras, pessoas pescando sem autorização e ausência de banheiros e de lanchonetes. Essas foram algumas reclamações repassadas por frequentadores da orla durante a visita da equipe de reportagem de O TEMPO ao local na última semana.

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Apesar de o Conjunto Arquitetônico da Pampulha já ser um Patrimônio Cultural da Humanidade desde julho de 2016, as antigas reclamações são recorrentes entre moradores e também entre aqueles que elegem o cartão-postal para a prática de exercícios ou lazer. “Toda vez que chove, o nível da água sobe um pouco e vem para a beirada. E é muito lixo. Fica uma linha de lixo pela orla toda”, reclamou o advogado Robson Ferreira Dias, 47. Já o que incomoda o estudante Rudney Nunes, 18, é a falta de estrutura. “Eu acho que deveria haver banheiros pela orla. Geralmente há somente em praças, mas nem sempre ficam abertos”, ressaltou.

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A questão da ausência de estruturas, como banheiros e restaurantes, pode ter alguma melhora depois que a Secretaria Municipal de Cultura colocar em prática um plano estratégico que está desenvolvendo para aparar esse tipo de aresta e proporcionar mais comodidade para a população. A expectativa da secretaria é que esse plano estratégico seja concluído ainda neste semestre.

Sobre a questão dos pescadores, a prefeitura esclareceu que não recomenda a atividade. Com relação às capivaras, 15% delas passaram pelo processo de manejo e foram esterilizadas e receberam carrapaticida. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) faz diariamente a limpeza do espelho d’água da lagoa da Pampulha. Confira abaixo alguns flagrantes.

Peixe da lagoa

Não é novidade para quem circula pela orla da lagoa da Pampulha a presença de pescadores. Eduardo de Souza, 65, pesca na lagoa desde 1976. “O peixe não faz mal. O frango faz muito mais mau, e a carne de boi tem as vacinas. E o peixe não vive em água poluída”, disse. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que desaconselha a atividade.

Capivaras

A presença das capivaras pela orla amedronta, já que os roedores são hospedeiros do carrapato-estrela – transmissor da febre maculosa. O secretário de Meio Ambiente, Mario de Lacerda Werneck, explicou que os roedores estão sendo capturados, castrados e recebendo carrapaticida. O trabalho já foi realizado com 15% da população e deve terminar em outubro.

FOTO: DOUGLAS MAGNO
capivaras

Lixo está presente em boa parte da orla

FOTO: DOUGLAS MAGNO
lixo

Outro problema que desagrada a quem passa pela orla é a presença de lixo espalhado pela área verde. A prefeitura informou que há lixeiras instaladas em locais previamente estabelecidos pela Superintendência de Limpeza Urbana, em acordo com os órgãos de patrimônio e atendendo a necessidade de cidadãos e visitantes.

Mau cheiro

FOTO: DOUGLAS MAGNO
esgoto, poluição

O mau cheiro exalado pela água da lagoa está entre as principais reclamações. Sobre as redes coletoras de esgoto, a Copasa informou que 95,15% dos imóveis situados na bacia da lagoa têm redes coletoras de esgoto. Para atingir os 100%, a Copasa desenvolve um trabalho de mobilização social em conjunto com o programa chamado Caça-Esgoto – têm sido detectados lançamentos de esgoto em vilas e favelas e em fundo de vales.

MINIENTREVISTA

Mario de Lacerda Werneck
Secretério municipal de Meio Ambiente

Qual é o principal desafio que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente enfrenta com relação ao Conjunto Arquitetônico da Pampulha?

Os desafios que a secretaria encontra com relação à lagoa da Pampulha é que hoje nós chegamos à classe três, e a Organização das Nações Unidas (ONU) busca de todas as formas discutir esse problema das águas residuais. A melhoria das águas da Pampulha é considerada um avanço significativo nos objetivos de desenvolvimento sustentável. E a Terra (planeta) tem que passar por essas 17 metas, chamadas de “metas do milênio”. Belo Horizonte não foge à regra. É uma smart city (cidade inteligente) que trabalha com qualidade de vida, com área verde por metro quadrado, mas principalmente com a melhoria da qualidade da água da Pampulha, que é nosso espelho maior.

Atualmente, a água da lagoa da Pampulha atingiu o que foi proposto quando o Conjunto Arquitetônico da Pampulha virou Patrimônio Cultural da Humanidade em julho de 2016? É possível melhorar ainda mais a qualidade da água?

Quando se fala da qualidade da água atingir o nível três é justamente o que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) espera para a Pampulha. O que não impede que, em um futuro próximo, com recursos do Banco Mundial, a gente possa buscar a melhoria, chegando até a classe dois.

 

 

Via: otempo