Simpáticas, mas alvo de preocupação – já que hospedam o carrapato-estrela, que provoca a febre maculosa -, as capivaras já dominaram a orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. No entanto, nos últimos anos, a população de roedores está diminuindo no ponto turístico da capital. A extinção local do animal, inclusive, não está descartada.
Até 2017, a estimativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) era de que entre 85 e 100 capivaras viviam na região. No ano seguinte, a prefeitura iniciou o trabalho de manejo para esterilização e microchipagem dos roedores. O último censo da SMMA, realizado em 2021, indicou 56 capivaras habitando nos arredores da bacia.
A quantidade representa queda populacional entre 34% a 44% ao longo de quatro anos, e o número tende a cair ainda mais. “Em média, uma capivara vive por cinco anos. Elas não estão se reproduzindo e vão morrer”, projeta o gerente de Defesa dos Animais da SMMA, Leonardo Maciel.
Além disso, o especialista explicou que os roedores são territorialistas, ou seja, tentam proteger o ambiente para não deixar que outros entrem. “Mas, à medida que a população original for diminuindo, abrirá espaço para outras. Quando as mais idosas forem morrendo, outras tentam colonizar a lagoa novamente”, explica.
Lagoa da Pampulha sem capivaras?
Em um futuro próximo, a prefeitura não prevê a extinção local dos roedores. Mas elas podem, sim, sumir do espaço. De acordo com Maciel, quando novas capivaras surgirem, elas também serão manejadas e esterilizadas para controlar a proliferação dos animais. O próximo censo, e as cirurgias nos novos animais, está previsto para acontecer ainda neste segundo semestre de 2022.
A extinção local, por sua vez, deve ocorrer em função da urbanização. “É possível que haja extinção local após a urbanização dos córregos e cursos d’água que dão acesso à Lagoa da Pampulha, e também da diminuição da área verde da região”, detalha.
Contudo, não há data prevista para que isso ocorra. E também não preocupa a prefeitura, já que os roedores são encontrados aos montes nas regiões Sudeste e Central do Brasil. Portanto, eles não correm o risco de extinção no Brasil.
Jacarés em plena expansão
Enquanto as capivaras estão sumindo, os jacarés seguem em plena expansão. O último dado da prefeitura indica 20 adultos e 11 filhotes na bacia. Desde o início do monitoramento, em 2018, é a maior população da espécie na Pampulha. Apesar disso, a SMMA não prevê uma superpopulação dos répteis na lagoa.
“É uma espécie que cresce muito lentamente. O número é considerado baixo”, afirma o gerente de Defesa dos Animais da SMMA. Ainda conforme Maciel, dos 11 filhotes, a maioria não vai sobreviver. “Vão ser predados por outros animais. A garça branca, por exemplo, preda os filhotes”, explica.
No futuro, porém, caso a proliferação dos jacarés possa causar problemas, a SMMA deve adotar medidas de controle populacional da espécie.
Perfil dos jacarés
A espécie que vive na Pampulha é denominada Jacaré do Papo Amarelo. Ela é considerada de pequeno porte e, embora tenha a boca comprida, esta não possui grande abertura. Sua alimentação consiste em peixes e pequenos animais como o caramujo africano – predação que ajuda, inclusive, no equilíbrio ecológico e na não proliferação destes moluscos.
Os jacarés da Pampulha não oferecem perigo aos humanos, pois não promovem ataques voluntários. “É uma espécie tímida, e tudo o que eles querem é fugir do contato humano. Além disso, a abertura da boca é pequena. Eles se alimentam de aves e caramujos. Os acidentes que ocorreram no Brasil foram apenas quando tentaram segurar o jacaré, quando tem uma tentativa de contenção ou muita aproximação”, disse o gerente de Defesa dos Animais da SMMA.
Via: https://www.otempo.com.br/cidades/capivaras-estao-sumindo-da-lagoa-da-pampulha-e-extincao-local-nao-e-descartada-1.2700326
Capivaras estão ‘sumindo’ da Lagoa da Pampulha e o risco de extinção local é grande!
lagoadapampulha
Simpáticas, mas alvo de preocupação – já que hospedam o carrapato-estrela, que provoca a febre maculosa -, as capivaras já dominaram a orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. No entanto, nos últimos anos, a população de roedores está diminuindo no ponto turístico da capital. A extinção local do animal, inclusive, não está descartada.
Até 2017, a estimativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) era de que entre 85 e 100 capivaras viviam na região. No ano seguinte, a prefeitura iniciou o trabalho de manejo para esterilização e microchipagem dos roedores. O último censo da SMMA, realizado em 2021, indicou 56 capivaras habitando nos arredores da bacia.
A quantidade representa queda populacional entre 34% a 44% ao longo de quatro anos, e o número tende a cair ainda mais. “Em média, uma capivara vive por cinco anos. Elas não estão se reproduzindo e vão morrer”, projeta o gerente de Defesa dos Animais da SMMA, Leonardo Maciel.
Além disso, o especialista explicou que os roedores são territorialistas, ou seja, tentam proteger o ambiente para não deixar que outros entrem. “Mas, à medida que a população original for diminuindo, abrirá espaço para outras. Quando as mais idosas forem morrendo, outras tentam colonizar a lagoa novamente”, explica.
Lagoa da Pampulha sem capivaras?
Em um futuro próximo, a prefeitura não prevê a extinção local dos roedores. Mas elas podem, sim, sumir do espaço. De acordo com Maciel, quando novas capivaras surgirem, elas também serão manejadas e esterilizadas para controlar a proliferação dos animais. O próximo censo, e as cirurgias nos novos animais, está previsto para acontecer ainda neste segundo semestre de 2022.
A extinção local, por sua vez, deve ocorrer em função da urbanização. “É possível que haja extinção local após a urbanização dos córregos e cursos d’água que dão acesso à Lagoa da Pampulha, e também da diminuição da área verde da região”, detalha.
Contudo, não há data prevista para que isso ocorra. E também não preocupa a prefeitura, já que os roedores são encontrados aos montes nas regiões Sudeste e Central do Brasil. Portanto, eles não correm o risco de extinção no Brasil.
Jacarés em plena expansão
Enquanto as capivaras estão sumindo, os jacarés seguem em plena expansão. O último dado da prefeitura indica 20 adultos e 11 filhotes na bacia. Desde o início do monitoramento, em 2018, é a maior população da espécie na Pampulha. Apesar disso, a SMMA não prevê uma superpopulação dos répteis na lagoa.
“É uma espécie que cresce muito lentamente. O número é considerado baixo”, afirma o gerente de Defesa dos Animais da SMMA. Ainda conforme Maciel, dos 11 filhotes, a maioria não vai sobreviver. “Vão ser predados por outros animais. A garça branca, por exemplo, preda os filhotes”, explica.
No futuro, porém, caso a proliferação dos jacarés possa causar problemas, a SMMA deve adotar medidas de controle populacional da espécie.
Perfil dos jacarés
A espécie que vive na Pampulha é denominada Jacaré do Papo Amarelo. Ela é considerada de pequeno porte e, embora tenha a boca comprida, esta não possui grande abertura. Sua alimentação consiste em peixes e pequenos animais como o caramujo africano – predação que ajuda, inclusive, no equilíbrio ecológico e na não proliferação destes moluscos.
Os jacarés da Pampulha não oferecem perigo aos humanos, pois não promovem ataques voluntários. “É uma espécie tímida, e tudo o que eles querem é fugir do contato humano. Além disso, a abertura da boca é pequena. Eles se alimentam de aves e caramujos. Os acidentes que ocorreram no Brasil foram apenas quando tentaram segurar o jacaré, quando tem uma tentativa de contenção ou muita aproximação”, disse o gerente de Defesa dos Animais da SMMA.
Via: https://www.otempo.com.br/cidades/capivaras-estao-sumindo-da-lagoa-da-pampulha-e-extincao-local-nao-e-descartada-1.2700326
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