Lagoa da Pampulha
Comissão apura Renovação de contrato de tratamento de água da Lagoa da Pampulha

Comissão apura Renovação de contrato de tratamento de água da Lagoa da Pampulha

Medida contraria recomendação do MPF e do MP de Contas de Minas Gerais, que apontaram prejuízo ao interesse público.

A renovação do contrato de R$ 15 milhões para o tratamento de água da Lagoa da Pampulha pela Prefeitura de BH com o Consórcio Pampulha Viva, assinada em 11 de outubro, será averiguada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana. Nesta terça-feira (25/10), o colegiado aprovou pedido de informação de Fernanda Pereira Altoé (Novo) ao Executivo questionando a contratação sem licitação, mesmo diante do aumento de índices de contaminação da lagoa e da redução da ocorrência de “água boa” de 13% para 6%.  A parlamentar quer saber ainda o destino dos sedimentos retirados da lagoa, as ações para a contenção do esgoto doméstico que chega ao local e em que ponto está a reforma do Museu de Arte da Pampulha e a demolição do anexo do Iate Tênis Clube. Na reunião, a comissão ainda deu parecer favorável às emendas apresentadas ao Projeto de Lei 319/2022, sobre comércio de alimentos em foodtrucks, e ao PL 429/2022, que permite que a PBH divulgue, em sítios eletrônicos e redes sociais oficiais, fotos de animais que estejam sob sua responsabilidade, em canil ou abrigo público, para facilitar sua adoção. Confira aqui os documentos e o resultado completo da reunião. 

Fernanda Pereira Altoé pergunta ao prefeito Fuad Noman e ao secretário municipal de obras de infraestrutura, Leandro César Pereira. Nela, qual a justificativa técnica para a contratação do consórcio Pampulha Viva por inexigibilidade de licitação e se é possível considerar que o contrato tem cumprido seu objeto, uma vez que o Instituto de Gestão das Águas de Minas Gerais (Igam) registrou, no levantamento divulgado em junho de 2022, “quantidade de compostos orgânicos (como fósforo), contaminação fecal e presença de cianobactérias, acima do preconizado por legislação ambiental”. Ela questiona a causa do aumento do percentual de ocorrência da água com característica “muito ruim”, que passou de 6% para 12%, especialmente nos Córregos Sarandi e no Olhos D’Água, e da redução pela metade da ocorrência de “água boa”, de 13% para 6%.  

Fernanda Pereira Altoé cita reportagem jornalística em que a Prefeitura afirma monitorar os resultados do serviço prestado pelo consórcio e que os resultados das coletas feitas em setembro de 2022 demonstram que as metas de tratamento foram atendidas e pergunta quais estudos embasam tal afirmação e quais as ações feitas para a contenção do esgoto doméstico que chega à lagoa, solicitando documentação pertinente. A parlamentar questiona qual o destino dos cerca de 110/115 mil metros cúbicos de sedimentos que o Município afirmou ter retirado da lagoa, e qual o critério técnico para a retirada. Altoé conclui afirmando que a reforma do Museu de Arte da Pampulha e a demolição do anexo do Iate Tênis Clube estavam previstas quando a Pampulha foi reconhecida Patrimônio Cultural da Humanidade, e questiona se as medidas citadas foram tomadas. 

Alimentos em foodtrucks

De autoria dos vereadores Gabriel (sem partido), Jorge Santos (Republicanos), Marcos Crispim (PP), Nely Aquino (Pode) e Wanderley Porto (Patri), o PL 319/2022, em 2º turno, permite que os foodtrucks comercializem lanche rápido, água mineral, suco ou refresco industrializado, refrigerante e água de coco e caldo de cana, desde que extraídos na hora. A proposição também proíbe a comercialização de refresco, café, carnes e derivados, além de sorvete de fabricação instantânea proveniente de xaropes ou outro processo, além de fruta descascada ou partida, com exceção de coco e laranja, que deverão ser descascados na hora e à vista do consumidor. 

Ciro Pereira deu parecer favorável às Emendas 1, 2, 3, que são substitutivos de diferentes autores e, conforme o vereador, visam incluir novos produtos e excluir a vedação de outros. A Emenda 1, de Gabriel, suprime a vedação ao comércio de café e autoriza o de bebida alcoólica; a Emenda 2, de Bruno Miranda (PDT), autoriza o comércio de bebida alcoólica e suprime a proibição para o comércio de cafés; e a Emenda 3, de Braulio Lara (Novo), Marcela Trópia (Novo) e Fernanda Altoé, visam inserir bebida alcoólica como produto autorizado para comércio e suprimir a proibição de cafés e de refresco. 

O relator afirma que as emendas apresentadas pelos vereadores buscam trazer mais segurança jurídica e propiciar a venda de produtos que não tragam risco inerente ao seu consumo, como aqueles que podem ser comercializados sem regras específicas de manutenção, concluindo pela aprovação das emendas. 

A matéria recebeu parecer pela constitucionalidade, legalidade e regimentalidade das Emendas 1, 2 e 3 na Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), e segue para a apreciação das Comissões de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor e de Saúde e Saneamento. Só então poderá ser votada pelo Plenário, onde precisa dos votos da maioria dos membros da Câmara (21 vereadores). 

Adoção de animais domésticos

Em 1º turno, recebeu parecer favorável o PL 429/2022, que altera a Lei 10.148/2011 para permitir a divulgação, em sites e redes sociais oficiais da Prefeitura, de fotos de animais que estejam sob sua responsabilidade, em canil ou abrigo público, para facilitar a adoção dos mesmos. O texto é assinado por Wanderley Porto, Gabriel, Henrique Braga (PSDB), Irlan Melo (Patri), Juninho Los Hermanos; Marcos Crispim, Professor Juliano Lopes (Agir) e Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB).

A relatora Duda Salabert (PDT) afirma que a Lei 10.148/2011, que instituiu a política de estímulos à adoção de animais domésticos, “infelizmente o fez de forma bastante vaga, criando poucos mecanismos para que tal adoção efetivamente seja incentivada em nosso município”. Para ela, a norma cria uma data comemorativa e prevê a realização de palestras e campanhas de controle da população de cães e gatos, sem prever ações específicas para a adoção de animais domésticos. Duda comenta que o acréscimo proposto busca aprimorar a legislação, com simplicidade e baixo custo, aumentando as chances de os animais serem adotados.

A proposição teve aprovado parecer pela constitucionalidade, legalidade e regimentalidade na Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) e segue para as Comissões de Administração Pública e de Orçamento e Finanças Públicas. Para ser aprovada pelo Plenário precisará de votos favoráveis da maioria dos presentes. 

Estiveram presentes os seguintes membros da Comissão: os efetivos Wanderley Porto, Marcos Crispim, Juliano Lopes, Duda Salabert e os suplentes Léo (União), Braulio Lara e Professora Marli (PP). 

Via: https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/not%C3%ADcias/2022/10/comiss%C3%A 3o-apura-renova%C3%A7%C3%A3o-de-contrato-de-tratamento-de-%C3%A1gua-da-lagoa-da