Contrato para despoluição da Lagoa da Pampulha, em BH, está vencido há seis meses.
A qualidade da água piorou nos últimos meses e ainda há impasse sobre obras para evitar o despejo de esgotos.
Lagoa da Pampulha recebe esgoto de Contagem e de BH
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O contrato com a empresa responsável pela despoluição da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, venceu há seis meses e não foi renovado. A qualidade da água piorou nos últimos meses, e moradores da cidade e turistas têm convivido com o mau cheiro.
Além da falta de produtos químicos, que deveriam estar sendo usados, ainda existe esgoto sendo despejado nas águas do complexo, que é patrimônio mundial. É necessário investir no tratamento de córregos e rios.
“Todo dia, a gente tá passando aqui perto, e a gente até tampa o nariz, sabe, passando ali”, disse o estudante Marcelo Azevedo.
“A lagoa sofre as consequências do entorno dela, isso aqui é uma represa, pra ela vem todos os afluentes e que a mantém viva. Então, se esses afluentes vierem com esgoto, com lixo, é o que a lagoa vai ser”, disse o presidente do Comitê da Bacia do Rio das Velhas, Marcos Vinícius Polignano.
Um levantamento da Copasa mostra que mais de 11 mil imóveis na bacia que abastece a Pampulha não estão ligados às redes coletoras que passam na porta das casas. Em um endereço no bairro Sarandi, em Belo Horizonte, o teste com corante mostrou que o esgoto está sendo lançado na boca de lobo, que foi feita para coletar apenas água da chuva.
A própria Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) também é alvo de críticas. Neste vídeo, um telespectador denuncia um vazamento na rede da concessionária dentro de uma área de preservação conhecida como Mata do Cabral.
Tanto a Prefeitura de Contagem, quanto a de Belo Horizonte reconhecem que faltam recursos para fazer reassentamentos, obras de urbanização que permitam a chegada da rede de esgoto em fundos de vale, que foram ocupados sem planejamento.
A questão financeira também pesa para moradores que estariam evitando usar a rede para não pagar taxa de coleta de esgoto.
“A região da Ressaca tem identificação muito forte e se sente responsável. O que acontece é que as medidas a serem tomadas por Contagem tem um custo econômico muito forte e atribuir essa responsabilidade somente ao município extrapola a capacidade financeira, mas certamente governo e tem trabalhado de todas as formas para viabilizar isso”, disse o assessor de relações institucionais da Prefeitura de Contagem, Marcos Botelho.
“São investimentos altos, recursos que eventualmente precisam ser captados junto a bancos de fomento, governo federal. Essas captações vêm sendo feitas e a nossa expectativa é positiva de que, nos próximos anos, a gente consiga reduzir cada vez mais esse contingente de pessoas que contribuem para a poluição da lagoa da Pampulha”, disse o diretor de Gestão de Águas Urbanas da Prefeitura de Belo Horizonte, Ricardo Aroeira.
Via: globo