O Aeroporto da Pampulha deve aumentar sua capacidade por mais de 50% nos próximos 30 anos. Com a aprovação do terminal, o governo do estado espera 58 mil pousos e decolagens a cada ano, um aumento de 56,8% em relação ao ano anterior. Em 2019, com 36 mil voos, três empresas já manifestaram interesse em leilões de aeroportos.
O critério de escolha para a concessão será o de maior oferta, com lance mínimo de R$ 9,8 milhões. A expectativa é que o contrato seja assinado até dois meses após o leilão, que está marcado para acontecer no dia 5 de outubro. Um dos interessados é o grupo CCR, que faz parte do consórcio que administra atualmente o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.
De acordo com o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, pelo menos 500 empregos devem ser criados com a reativação do Aeroporto da Pampulha. O contrato para a concessão, previsto no edital lançado na última semana, é de R$ 340 milhões, e a concessionária que vencer deverá investir R$ 150 milhões, sendo R$ 50 milhões nos primeiros três anos.
Prevista para um período de 30 anos, o empreendedor que vencer o leilão poderá explorar o terminal, comercialmente, tanto para voos executivos como para voos comerciais – desde que para outras cidades de Minas com até 600 mil habitantes. O edital prevê ainda a reformulação de todos os hangares, além da exigência de investimentos na área de drenagem em alguns pontos da região. A projeção é que os impostos recolhidos com as operações no terminal cheguem a R$ 100 milhões.
“Pelos nossos estudos, quando for fechado o Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, o Aeroporto da Pampulha irá se tornar o maior aeroporto de aviação executiva do país. Isso beneficia negócios, turismo e gera sinergia com outros projetos, como a concessão do Mineirinho, que poderá ter mais shows, colocando BH na rota obrigatória de eventos. Além disso, na concessão terá terrenos que poderão ser utilizados, o que vai permitir uma exploração comercial, com centro comerciais e restaurantes”, explica o secretário, que não descarta a possibilidade do terminal receber futuramente voos nacionais.
“Esperamos que BH se torne de maneira definitiva o centro do turismo de negócio. Isso vai permitir ter um aeroporto comercial próximo a capital. Faltou nos governos anteriores darem a devida importância ao projeto e fazer a articulação com o governo federal. A visão não tem que ser que concessão não é bom. Não faz sentido recursos do Estado e da União para isso, sendo que existe demanda de hospital e escola”, diz Marcatto.
Por meio de nota, o grupo CCR informou que “tem interesse em projetos que tenham viabilidade econômico-financeira, socioambiental, segurança jurídica e que gerem valor aos acionistas”. A Zürich Airport, que também faz parte do consórcio da BH Airport, não retornou.
Mais editais
Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, o edital de concessão do ginásio do Mineirinho deve ser lançado no fim desse mês e irá deve viabilizar investimentos na ordem de R$ 41 milhões nos dois primeiros anos, além da constante manutenção ao longo dos 30 anos de concessão, que ultrapassa a soma de R$ 132 milhões. Entre as intervenções previstas estão a recuperação das estruturas em concreto (em especial a estrutura da quadra poliesportiva), revitalização da arena e recuperação dos alojamentos.
Já o Programa de Concessões Rodoviárias está concluindo a consulta pública dos lotes Triângulo e Sul de Minas, que deverão ter os editais publicados em setembro. Ao todo, 3.250 quilômetros devem ser concedios pelo programa, que contempla 120 municípios.
Rodoanel. O edital do Rodoanel Metropolitano, previsto inicialmente para julho, deve ser lançado em novembro devido ao grande volume de contribuições recebidas durante as etapas de consultas e audiências públicas. A previsão é que o contrato seja assinado no próximo ano.
O projeto, que pretende aliviar o trânsito no Anel Rodoviário, vai custar R$ 4,5 bilhões, sendo que R$ 3,5 bilhões será pago com parte do acordo fechado entre o governo de Minas e a Vale para reparação dos danos causados pelo rompimento em Brumadinho. O restante, R$ 1,5 milhão, será custeado pelo pedágio que será cobrado pela concessionária. A previsão é que a concessão dure 30 anos.
Via: O Tempo