Devido à pandemia de Covid-19, o tradicional Parque Guanabara, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, ficou fechado por 14 meses e meio e sofreu perdas, dívidas e crédito em 14 meses, sem um centavo nas vendas. O Parque Guanabara está pedindo ajuda, nossos custos são muito altos, mesmo que esteja fechado ”, disse o proprietário Reinaldo Pereira Diaz.
A última vez que o Guanabara reabriu ao público, durante a pandemia, foi entre os dias 18 de fevereiro e 6 de março deste ano, com limite de 600 pessoas, o que representa 20% da capacidade total, que é de 3.000 visitantes. Mesmo assim, esse ícone da capital mineira – que completa 70 anos no dia 22 de junho, 50 deles em BH – acumula mais de R$ 6 milhões de prejuízo, R$ 3 milhões de empréstimos, entre outras dívidas.
No dia 6 de março, a Prefeitura determinou o fechamento da cidade novamente e desde então, o parque não pôde mais funcionar. “Estamos sem nenhuma perspectiva de quando vamos poder voltar a trabalhar. Não queremos demitir ninguém, nem temos a intenção de fechar. Só que está insuportável, não temos mais recursos para resistir. Já peguei empréstimo com amigos, tentei de tudo. Com os bancos não temos mais linhas de crédito”, desabafa o empresário.
Atualmente com 106 funcionários diretos, Reynaldo Dias conta que a equipe da manutenção está trabalhando regularmente porque os equipamentos do parque exigem uma manutenção constante, mas as pessoas que atuam na área operacional, atendimento e limpeza estão em casa, sem trabalhar.
“Em maio do ano passado, começamos a utilizar o BEM (programa do governo que permite o corte de salário e jornada) com acordos de redução de 70% até dezembro. Voltamos a utilizar o programa agora em maio com 70% novamente. Isso acarreta tempo de estabilidade para os funcionários que temos. Até para reduzir a folha de pagamento, precisamos de capital para demitir, mas o nosso interesse não é esse. Queremos voltar a trabalhar”, afirma.
O empresário ainda questiona porque outras atividades como academias, feiras, bares e clubes já voltaram a funcionar e o Parque Guanabara, que é ao ar livre, continua fechado. “O que nos deixa chateado é ver que tem várias atividades funcionando enquanto o parque tem que ficar fechado. Nós temos procedimentos muito rígidos e estamos acostumados a seguir normas de segurança porque lidamos com vidas dentro do parque. E os controles de prevenção de contagio do vírus se somam as regras que já temos. Nosso pessoal já está treinado para trabalhar com protocolos de segurança contra a Covid”, diz.
Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que lamenta a situação enfrentada pelo Parque Guanabara em decorrência da pandemia, sendo importante destacar que a reabertura das atividades econômicas deve ser gradual e que “o impacto das primeiras medidas de flexibilização nos indicadores epidemiológicos e assistenciais ainda vem sendo monitorado”.
E caso haja melhora no cenário da pandemia, a Prefeitura, sob orientação do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19, “analisará a possibilidade de mudanças no processo de flexibilização, contemplando atividades ainda não liberadas”, diz o comunicado.
Além disso, o Executivo informou que benefícios fiscais já concedidos a empreendimentos que tiveram suspensas as autorizações de funcionamento e alvarás de localização, como a prorrogação do pagamento das parcelas do IPTU, taxas imobiliárias, impostos entre outros, serão estendidos a todas as pessoas físicas e jurídicas de Belo Horizonte.
Via: O Tempo