Série especial mostra o olhar de quem teve que interromper o funcionamento dos estabelecimentos.
Ao lado da Lagoa da Pampulha, do Mineirão, do Mercado Central e da Praça Sete, a Feira Hippie da avenida Afonso Pena está entre as atrações mais conhecidas e queridas de Belo Horizonte. Faz parte do hábito dos belo-horizontinos e turistas procurar por uma lembrancinha para o parente do interior, um presente para o Dia das Mães ou dos Pais, utensílios para cozinha e para toda a casa ou somente bater perna e saborear um delicioso pastel com caldo de cana.
Quando a aglomeração calorosa e receptiva dos mineiros vira sinônimo de risco de disseminação de uma doença, pela primeira vez em mais de 50 anos de história, a feira se calou, devolvendo à avenida Afonso Pena o aspecto do concreto frio e sem afeto. Este é o sentimento de Paulo Favaretto, feirante há mais de 40 anos.
“Realmente essa pandemia é um pesadelo na vida do mundo e não é diferente na nossa feira. A gente tem que se adequar, seguir os protocolos, tentar essa volta da melhor forma, mas a gente sabe que não vai ser de uma hora para outra. Poderia mesmo ser um pesadelo, a gente acordar e estar diferente, mas é a pura realidade”, lamenta.
As histórias daqueles que fazem a Feira Hippie estão no terceiro episódio do Itatiaia Doc, série de documentários produzidos pela rádio de Minas durante a pandemia em Belo Horizonte. Fechada de março até setembro e agora novamente no início de janeiro, a feira não tem data para voltar.
Favaretto diz que concorda com algumas ações tomadas pelo poder público, mas que é preciso mais fiscalização. “A prefeitura age certo quando faz algumas limitações no comércio, em festas e aglomerações, tem que ser assim. Um ponto negativo que eu acho é que tinha que ter mais fiscalização nesses eventos e nessas aglomerações, e o transporte público também bem deficitário.”
Embora a vacina apareça como uma luz no fim do túnel, os efeitos da pandemia para os feirantes serão duradouros. “Para mim a vacina hoje é o caminho mais rápido para o comércio voltar ao normal. Os índices tendo baixa, os leitos dos hospitais tendo mais vaga e a vacinação, acho que é o caminho mais rápido para tudo voltar a esse novo normal. Nunca ficamos tanto tempo sem ter feira, o máximo era um domingo quando ele caia em 7 de Setembro e era raro de acontecer. O artesão, o produtor de variedades, pessoal da gastronomia está todo mundo sofrendo muito com essa pandemia e sem perspectivas para frente.”
O terceiro episódio do Itatiaia Doc estará disponível nas plataforma digitais às 18h. Os dois primeiros episódio podem ser vistos aqui.
Via: itatiaia