As pessoas que vendem e usam frequentemente a orla da Lagoa da Pampulha se surpreenderam após se depararem com banheiros soldados. Então os Vendedores da Lagoa da Pampulha fazem denuncia após banheiros serem lacrados.
Uma comerciante da região, que preferiu não se identificar, conta que durante a pandemia ninguém trabalhou na Lagoa e os banheiros foram alvos de vândalos que arrancaram canos e a fiação.
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Com a liberação das praças e da Lagoa, os comerciantes ligaram para a Prefeitura de Belo Horizonte para informar sobre o prejuízo e a resposta do Executivo municipal foi o fechamento de todos os banheiros, alegando que não há verba para a manutenção.
A mulher, que vende coco na orla desde 2013, disse que desde a gestão de Márcio Lacerda os comerciantes fizeram um acordo com a PBH para que cuidem dos banheiros e fiquem com a chave. “Nós cuidamos de tudo, a prefeitura não aparece lá para nada. Só as vezes quando quebra um cano, que é raro de acontecer, que a gente liga para a prefeitura, que vai lá e faz um reparo.”
A vendedora conta ainda que os banheiros soldados prejudicam não só quem trabalha na região e precisa deles ao longo do dia, mas também quem frequenta um dos cartões-postais mais famosos de BH.
“Além de nós, todas as outras pessoas usam o banheiro, os idosos, os policiais, os garis, a Guarda Municipal. É de todo mundo. Os banheiro são tão frequentados, que o Kalil ano passado colocou banheiro químico para poder ajudar a distribuir o uso. Aí você imagina, retiraram os banheiros [químicos] por causa da pandemia, tem horas que a fila fica imensa.”
Segundo ela, o que mais tem preocupado os vendedores é a falta de diálogo da prefeitura e de previsão quanto a volta dos banheiros, que são necessários para quem trabalha o dia todo fora de casa.
“Não falaram nada com a gente, simplesmente soldaram. Como que fica nossa situação? A situação da população que frequenta a orla? Eu estou sem trabalhar. Hoje meu filho foi porque homem se vira fácil, eu não pude porque mulher trabalhar sem banheiro não existe.”
De acordo com o superintendente da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Henrique Castilho, os banheiros foram soldados após uma vistoria feita pela prefeitura na última semana, que constatou os danos causados aos banheiros. Ele disse ainda que as estruturas foram reformadas em 2019 e lamentou a ação dos vândalos. “Tomamos a decisão de lacrar porque temos que ter uma ação preventiva e corretiva, e agora precisa passar por outra manutenção, infelizmente. As pessoas não podem usar porque está perigoso.”
Ainda não há previsão de quando os banheiros serão novamente reformados e liberados para uso da população. Enquanto isso, a PBH irá instalar banheiros químicos na orla de sexta a domingo. A nova obra deve custar cerca de R$ 100 mil reais para os cofres do município.
“Vamos fazer um levantamento dos custos e fazer a programação, verificar a questão de contrato, licitação, para fazer essa obra o mais rápido possível.”
Via: Itatiaia